70 MIL Evangélicos fazem protesto contra o aborto e o casamento gay no DF
Evangélicos se reuniram em frente ao Congresso Nacional para protestar contra o aborto e o casamento gay.
Um dia após católicos marcharem a favor do projeto conhecido como "Estatuto do Nascituro", hoje (5) foi a vez de os evangélicos se manifestarem em frente ao Congresso. Mais cedo, a proposta que dificultar a realização dos abortos legais foi aprovada pela Comissão de Finanças e Tributação.
Segundo a organização do evento, 70 mil pessoas se reuniram para criticar o aborto e o casamento gay, e para assistir a um show com as estrelas da música gospel. A Polícia Militar calculou a presença de 40 mil manifestantes.
O deputado Marco Feliciano (foto), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, foi tratado como "pop star", recebendo até pedido de autógrafo. "Ele virou o mimo dos evangélicos", disse o pastor Sóstenes Cavalcante, assessor do pastor Silas Malafaia, presidente da entidade que pagou a festa.
Em volta do evento, grupos que defendem a causa gay fizeram uma manifestação.
Projeto
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o projeto que pode dificultar a realização dos abortos legais. A proposta também cria uma bolsa para a mulher vítima de estupro que decidir seguir com a gravidez.
Polêmico, o texto é conhecido como "Estatuto do Nascituro" porque estabelece uma série de garantias para o bebê ainda não nascido. E define que "a natureza humana" começa na concepção e pode ter impacto no descarte e uso em pesquisas de embriões. O projeto agora segue para a Comissão de Constituição e Justiça.
Apesar de fazer uma ressalva ao artigo do Código Penal que estabelece as exceções possíveis para o aborto --estupro, risco de vida para a mãe e anencefalia--, o projeto abre a brecha para dificultar o acesso a esse direito, ao definir a garantia dos fetos à vida, argumentou o deputado Cláudio Puty (PT-PA). A bancada do PT votou de forma contrária ao texto.
O movimento de mulheres tem opinião parecida. "Hoje o aborto legal já é dificultado por resistência de profissionais de saúde. Seguramente a resistência será maior [com a eventual lei], além de ter quem processe as mulheres", diz Nina Madsen, assessora do Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria).
O relator do projeto, o deputado evangélico Eduardo Cunha (PMDB-RJ), garantiu que a proposta não tem esse objetivo, mas o de resguardar a vítima de violência sexual que quiser ter o filho. Isso porque determina que o Estado dê apoio financeiro à mulher que, nessa situação, mantiver a gestação.
FONTE : NO MINUTO
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