sábado, 20 de abril de 2013

Polícia dos EUA mata um e captura segundo terrorista

 

Washington (AE) - A polícia de Boston anunciou na noite de ontem que capturou Dzhokhar Tsarnaev, suspeito de colocar as bombas na maratona de Boston. As autoridades disseram que o jovem foi capturado vivo e que foi levado a um hospital com ferimentos aparentemente provocados por tiros. Depois de uma intensa busca, os policiais encontraram o jovem em um barco, no quintal de uma casa na cidade de cidade de Watertown, em Massachusetts. A captura aconteceu menos de 24 horas depois de o irmão mais velho de Dzhokhar, e também suspeito pelo ataque, Tamerlan Tsarnaev, ter sido morto durante troca de tiros com policiais. O confronto da última madrugada também deixou morto um policial do campus do Massachusetts Institute Technology (MIT).
charles khupa / aePoliciais fazem buscas em bairros de cidades próximas a Boston na caçada a Dzhokhar TsarnaevPoliciais fazem buscas em bairros de cidades próximas a Boston na caçada a Dzhokhar Tsarnaev

"Capturado!!! A caça acabou. A busca chegou ao fim. O terror acabou e a justiça venceu. O suspeito está preso", divulgou a polícia de Boston em sua conta de Twitter próximo às 22h (horário de Brasília). Em menos de 10 minutos, a mensagem já tinha 70 mil retuires.

Mais cedo, explosões foram ouvidas em Watertown durante as buscas. Veículos de emergências e militares se espalharam pela cidade depois dos disparos. As autoridades pediram que moradores da região permanecessem em casa.

Os suspeitos entraram em confronto com a polícia horas depois de o FBI ter divulgado fotografias e vídeos em que eles apareciam nas proximidades da linha de chegada das maratona. O atentado matou três pessoas e deixou mais de 180 feridas. 

Os irmãos são de uma região russa marcada pela violência e viviam juntos em Cambridge, Massachusetts. Tsarni disse que não vê os sobrinhos há anos. Ele afirmou também que a família está envergonhada com os atos dos jovens e que ele ama e respeita os Estados Unidos.

Tsarni, que é irmão do pai dos suspeitos, disse não acreditar que Tamerlan e Dzhokhar tiveram uma razão ideológica para o que fizeram e os chamou de “perdedores, por não terem sido capazes de se estabelecer nos Estados Unidos e odiar todos os que conseguiram”. Segundo ele, “isso não tem nada a ver com a Chechênia”.

Agentes de segurança foram até a casa de Tsarni, que fica num subúrbio de Washignton, na manhã de ontem e ele foi interrogado por investigadores durante várias horas. Ele saiu de casa e conversou com os jornalistas por cerca de sete minutos e pareceu estar chorando ao voltar para o interior de sua residência.

Também ontem, o FBI levou um computador e outros equipamentos eletrônicos da residência da irmã dos dois rapazes. A mulher, identificada pela polícia como Ailina Tsarnaeva, disse que não via os irmãos havia anos. Ailina, que mora em New Jersey, disse a jornalistas que tinha dúvidas com relação às suspeitas que recaíam sobre seus irmãos, mas investigadores comentaram que ela foi interrogada e parecia “magoada, surpresa e triste”.

O presidente Barack Obama, enquanto isso, ligava para o governador de Massachusetts, Deval Patrick, e para o prefeito de Boston, Thomas Menino, para lamentar a morte do policial. “O presidente disse que toda a força do governo federal estará disponível até que os responsáveis cheguem à Justiça”, disse uma autoridade da Casa Branca.

Família está envergonhada, confessa tio dos terroristas

Boston (BBC/ABr) - Um tio dos dois irmãos suspeitos de envolvimento nos ataques a bomba durante a Maratona de Boston disse ontem que Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev trouxeram “vergonha” à sua família e à comunidade chechena nos Estados Unidos. “Sim, nós estamos envergonhados”, disse Ruslan Tsarni aos jornalistas que cercavam sua residência, no Estado americano de Maryland. A entrevista foi pela manhã, quando a polícia tentava prender o segundo acusado.  Tsarni aproveitou para pedir que seu sobrinho se entregue e que pedisse “perdão” ao sofrimento que causou.

Informações sobre a vida nos Estados Unidos dos irmãos Tsarnaev, de etnia chechena, ainda não foram totalmente esclarecidas. Acredita-se que eles deixaram a Chechênia nos anos 90 devido à guerra na república separatista (1994-1996), buscando residência na Ásia Central. É lá que Dzhokhar, de 19 anos, teria nascido (aparentemente, na república do Quirguistão), enquanto o mais velho, Tamerlan, de 26 anos, teria chegado a viver na Chechênia. Em seguida, a família teria residido na república do Dagestão, vizinha à Chechênia, no norte do Cáucaso. Por fim, eles teriam seguido para os Estados Unidos em 2001 – embora o pai deles esteja no Dagestão.

Tamerlan, que foi visto por uma câmera de segurança vestindo um boné preto no dia do atentado, foi morto na noite desta quinta-feira durante um tiroteio com a polícia, informaram autoridades americanas. Dzhokhar havia escapado. Ele estava usando um boné branco e foi visto deixando a linha de chegada da maratona. Os dois viviam nos arredores de Boston.

Tsarniz afirmou  que não via os dois desde dezembro de 2005. Ele acrescentou que seus sobrinhos “tiveram dificuldade” para se estabelecer nos Estados Unidos e teriam acabado “odiando todo mundo”. Ele disse que não tinha conhecimento de que seus sobrinhos tivessem alguma razão para realizar um ataque contra os Estados Unidos e atribui os ataques ao fato dos responsáveis serem “perdedores... (com ódio) por aqueles que foram capazes de se estabelecer, essa é a única razão que eu consigo imaginar. De resto, qualquer coisa relacionada à religião, ao Islã, é fraude, é uma farsa”.

Posteriormente, Tsarni esclareceu que não chamou seus sobrinhos de ‘perdedores’, mas que se referia “àqueles que cometeram tal atrocidade”. Segundo o tio dos suspeitos, seu irmão, pai dos jovens, deixou os Estados Unidos em 2009 e desde então nunca mais falou com ele.

Já o pai dos suspeitos, Anzor Tsarnaev, que mora no Daguestão, descreveu o seu filho mais novo como um “verdadeiro anjo”. Ele acrescentou que Dzhokhar é um “menino muito inteligente” que estava estudando medicina. “Esperávamos que eles viessem de férias para cá”, disse ele. Tsarnaev também afirmou que a perseguição a seus filhos era “política”, e que eles haviam sido vítimas de “serviços secretos”.

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