quarta-feira, 17 de abril de 2013


Conta de luz vai subir 3,42% no RN

 Andrielle Mendes - repórter

O potiguar vai pagar mais caro pela energia elétrica, ao contrário do que propunha o governo federal. Um reajuste médio de 3,42% na tarifa residencial foi aprovado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e entra em vigor a partir da próxima segunda-feira (22). A indústria, considerada consumidora de alta tensão, também pagará mais pela energia no Rio Grande do Norte (+7,33%).

A conta de luz vai ficar mais cara, mas não deve voltar ao patamar de dezembro de 2012. Isso, porque em janeiro a tarifa caiu 18%
A conta de luz vai ficar mais cara, mas não deve voltar ao patamar de dezembro de 2012. Isso, porque em janeiro a tarifa caiu 18%

O reajuste, segundo a Aneel, foi motivado pela elevação dos custos com a aquisição de energia por parte das empresas concessionárias. Com a queda do nível dos reservatórios em todo o país - em função da seca - o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que coordena e controla a geração e transmissão de energia elétrica no Brasil, foi obrigado a acionar as usinas térmicas - que geram energia mais cara.

Só as térmicas da Grande Natal - a Potiguar 1 e 3 - despacham energia a R$ 1.006,71 o megawatt/hora. O valor é o terceiro maior entre o praticado pelas 31 usinas térmicas em operação no país. Custo extra, que segundo a Aneel, precisa ser ‘rateado’ entre todos os consumidores do país.

Para o Conselho de Consumidores da Companhia Energética do RN (Cosern), que conduziu o processo de revisão tarifária no RN e pressionou a agência para que reduzisse a cobrança, a alta em função do acionamento das térmicas só não foi maior porque o governo federal reduziu em 18% a tarifa de energia no início do ano. A medida, tomada para aliviar o peso da indústria, começa a ter os efeitos questionados.

Até então a expectativa era de queda. Consultoria contratada pelo conselho de consumidores apontava uma redução média de 11,6% nas contas de energia no Rio Grande do Norte. A elevação nos custos de aquisição de energia, segundo João Lima, presidente do conselho, não teria sido considerada no cálculo da consultoria. A própria Aneel chegou a cogitar redução de 3,71% na tarifa residencial no RN. “Se as usinas termelétricas não tivessem sido acionadas em função da seca, a conta de energia teria caído como esperávamos”, afirmou o presidente do conselho.    

O reajuste, segundo ele, provocará um efeito cascata, repercutindo nos preços dos produtos, sejam eles industrializados ou não. “A tendência é que os preços subam. Ou o produtor repassa a alta para o consumidor final ou diminui sua margem de lucro. O consumidor final, de toda maneira, pagará por isso”. A reportagem tentou entrar em contato com a Cosern, no início da noite de ontem para obter o posicionamento da companhia diante do reajuste, mas não obteve êxito.

Dilma sinaliza possível alta de juros para conter inflação

Belo Horizonte (AE) - A presidente Dilma Rousseff, disse ontem que “qualquer necessidade” de aumento de juros “para combate à inflação” hoje em dia “será possível fazer em um patamar bem menor” do que na época em que o País conviveu com taxas mais altas. Ela voltou a dizer que o governo “não negociará” com a inflação e assegurou que não terá “o menor problema em atacá-la sistematicamente”.

As declarações de Dilma foram dadas exatamente no dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou sua reunião de dois dias para definir se haverá mudança na taxa de juros (Selic).

Com o avanço da inflação - que, nos 12 meses terminados em março alcançou 6,59%, acima do teto de meta, de 6,50% -, as apostas dos analistas apontam para um aumento na taxa. A decisão será anunciada na noite desta quarta-feira, 17.

A inflação alta no Brasil é uma preocupação, sobretudo por ocorrer em um momento de baixo crescimento econômico, o que pode sinalizar que o País está próximo de seu potencial. A avaliação consta do relatório “Projeção Econômica Mundial”, divulgado ontem pelo FMI.

O FMI ainda reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira em 2013, de 3,5%, previstos em janeiro, para 3%. A estimativa consta no relatório Projeção Econômica Mundial: Esperanças, Realidades e Riscos.

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