NATAL: VANDALISMO EM IGREJA
A igreja do Bom Jesus das Dores, no Bairro da Ribeira, em Natal,
amanheceu nesta quarta-feira (1º) com duas portas laterais pichadas com
os dizeres “Vivas ou mortas, jamais escravas”. De acordo com o
secretário paroquial Francisco Canindé Costa, a pichação foi encontrada
às 9h da manhã, quando ele chegou ao templo religioso para trabalhar. As
câmeras de segurança do prédio não flagraram a ação de vandalismo.
“Todas elas são internas. As dos prédios laterais não pegaram. Ninguém
da rua viu nada, nem mesmo o vigilante da região”, disse. O coletivo
feminista Leila Diniz confirmou ao G1 que a frase é uma mensagem de cunho ideológico do feminismo.
“É muito
triste. É como se tirassem uma parte de mim”, disse Canindé, que
trabalha voluntariamente há 15 anos na secretaria paroquial e no terço
dos homens. “Nós cuidamos tanto, ai chegam e fazem isso”, completa. O
secretário ainda revelou que esta não é a primeira vez que a igreja é
pichada. “Há mais de um ano, picharam o portão da garagem com um símbolo
político”, relatou.
A educadora Ana Cláudia Mendes, do coletivo Leila Diniz, movimento que articula o debate sobre feminismo no Rio Grande do Norte,
explicou que a frase escrita nas portas do templo tem ideologia
feminista. “No entanto, não sabemos quem e em que contexto ela foi
escrita”, disse.
Francisco não
vê relação, mas a pichação ocorreu na igreja onde houve a primeira
celebração do Terço dos Homens no estado. Semanalmente, centenas de
homens se reúnem para rezar o terço no local. A prática foi bem sucedida
e se espalhou pelo interior do estado. “A celebração vai completar oito
anos em julho”, contou o secretário.
A Igreja de
Bom Jesus também é famosa na capital potiguar por celebrar missas de
exorcismo. Os encontros religiosos reúnem centenas de fieis.
De acordo com
o artigo 65 da Lei 12.408, de maio de 2011, o ato de pichar edificação
ou monumento urbano tem pena de três meses a um ano, e multa. Se o ato
for realizado em monumento ou patrimônio tombado em virtude do seu valor
artístico, arqueológico ou histórico, a pena é aumentada para seis
meses a um ano de detenção e multa.
G1 RN
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