Grêmio é quarto brasileiro eliminado nas oitavas; Luxa fica sob pressão
Não adiantou se preparar com
antecedência, minimizar os efeitos da altitude de 2,6 mil metros de
Bogotá. Tampouco ignorar as provocações de Medina. Em uma má atuação,
na noite desta quinta-feira, no El Campín, o Grêmio deu adeus ao sonho
do tri da Taça Libertadores. Perdeu por 1 a 0 para o Santa Fé, gol
justamente do polêmico atacante que prometeu “comer” o time gaúcho. E
comeu. O resultado encerrou oitavas de final a trajetória tricolor.
A verdade é que o Grêmio não acertou
quase nada. Apostou no empate, resultado que lhe daria a vaga, afinal,
havia vencido a primeira partida por 2 a 1 na Arena. Melhor para o
time local, que, com o apito de um torcida entusiasmada, tenta se
superar na principal competição sul-americana: o máximo que conseguiu
foi chegar à semifinal, em 1961.
A chance gremista de ficar com a
vaga até que surgiu. No apagar das luzes, aos 47 do segundo tempo. Após
cruzamento de Pará, a bola sobrou limpa para Vargas, que,
completamente livre, mandou por cima do gol. Agora resta ao Tricolor o
Brasileirão. Estreia no dia 26 contra o Náutico no Alfredo Jaconie,
Caxias do Sul – a Arena está interditada. O Santa Fé encara o Real
Garcilaso, do Peru. A Conmebol ainda vai divulgar as datas exatas de
todos os confrontos das quartas de final.
Festa, pressão e… Dida
Tudo o que o Santa Fé prometeu,
cumpriu. Tudo o que o Grêmio pretendia fazer, não fez. Foi assim que o
primeiro tempo se apresentou. O estádio tinha grande público – não
lotou por detalhe –, linda festa com fumaça vermelha, uma faixa com os
dizeres “Queremos a Copa” e, claro, a pressão inicial. O time local
partiu para cima. Tinha de reverter a desvantagem. E encontrou um
adversário nervoso e cheio de erros, embora o começo promissor.
Os gritos, as buzinas e o técnico
Wilson Gutierrez, ao escalar três atacantes, turbinaram o Santa Fé. Sem
o lateral-direito Roa, o comandante apostou no atacante Cristian Borja
– deslocou o volante Anchico. Mas demorou a dar certo. O Grêmio de
Vanderlei Luxemburgo, na cabine número 16 do estádio, afinal, continua
suspenso pela Conmebol, soube aproveitar a velocidade de Vargas.
Logo a cinco minutos, em grande
assistência de Elano, o chileno surgiu na entrada da área: bateu firme
para boa defesa do xará Vargas. Foi só. Não conseguiu manter a posse de
bola, não trocou passes e tampouco atacou. Quando Zé Roberto, em vez
de apresentar a qualidade normal, perde o tempo de bola e acerta um
chute em Torres, era porque as coisas não estavam bem. Apesar de o
veterano meia ter escapado do cartão vermelho no lance.
Sorte que Dida, sim, foi uma grande
figura. Primeiro, a sorte. Borja ganhou de Werley, no alto, e acertou a
trave. Enquanto os demais jogadores abusavam da cera, o goleiro ainda
defendeu cabeçada de Torres e chute de Cuero. Só não foi pior porque a
equipe colombiana, igualmente, deixou a desejar.
- Temos de manter a posse de bola. Marcamos bem, mas não conseguimos atacar – diagnosticou Zé Roberto no intervalo.
Altitude gera cansaço
A pausa entre os tempos,
aliás, reservou mais um espetáculo da torcida. Um bandeirão de quase
300 metros tomou meio estádio. Com a inscrição “A força de um povo”, o
público tratou de dar o incentivo final. Embora a invasão parcial de alguns aficcionados.
Deu certo. A bandeira não tinha sido
totalmente recolhida, e o Santa Fé teve a grande chance do jogo.
Werley errou, e a bola sobrou a Medina. Cara a cara com Dida, ele bateu
fraco, facilitando a defesa do goleiro. O Grêmio parecia tentar
administrar o empate. Seus jogadores mantinham os defeitos da etapa
inicial. Mais: passaram a discutir em campo.
Pérez desperdiçou falta. Pará
impediu cabeçada de Borja. E quando o gol parecia maduro, de novo Dida
salvou. Valdés cabeceou rasteiro, e o goleiro se esticou para espalmar.
Na sequência, ainda teve reflexo para defender o rebote. Seriam as
defesas do jogo. As defesas da classificação tricolor. Mas…
A situação gremista era tão precária
que o primeiro ataque saiu de um erro do Santa Fé. Meza recuou fraco.
Permitiu que Vargas, com a sua velocidade, tivesse a chance de chegar à
bola. Porém, o goleiro Vargas impediu o gol com um carrinho. O lance
animou. Vargas, em linda jogada individual, serviu a Barcos, que não
teve pernas para chutar.
Naquela altura, o Grêmio parecia
cansado. Eram 30 minutos, e a equipe passou a fazer tempo. André
Santos, por retardar o lateral, levou amarelo. E o que estava para
acontecer, aconteceu. Medina tabelou com Pérez, ganhou dos dois
zagueiros – Bressan, então, não parecia estar disputando um jogo de
Libertadores. Foi mole no lance, permitiu a invasão do rival. Na saída
de Dida, Medina balançou a rede, e a torcida, o estádio: 1 a 0, aos 34
minutos.
Em desvantagem, o Grêmio não
conseguiu reagir. As entradas de Kleber, Marco Antonio e Welliton pouco
adiantaram. Aos 47, surgiu uma luz. Após jogada pela direita, Pará
cruzou, o goleiro rebateu, e Vargas, com o gol livre, chutou por cima.
Devorado por Medina, o Grêmio deu adeus a Libertadores.
Fonte: Globo Esporte
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