O dedo na ferida. Assim se pode definir a entrevista do deputado
estadual, reeleito para mais um mandato, Agnelo Alves. Ao dizer que
candidatos a deputado estadual e federal trataram de cuidar de suas
campanhas, algumas delas com grande estrutura, e não pediram voto para o
candidato a governador, deputado Henrique Alves. Na visão de Agnelo
Alves, tio do ainda presidente da Câmara dos Deputados e pai do prefeito
Carlos Eduardo Alves, os candidatos a deputado, alguns eleitos e outros
não, contribuíram com a derrota do candidato ao fazer o que se chama,
no mundo político, de “campanha solteira”.
O fenômeno não é novo. Uma olhada criteriosa nos números das eleições de
2006 e 2010 vai mostrar algo parecido. No primeiro turno das campanha
em que a então governadora Wilma de Faria disputou a reeleição, a soma
dos votos dos candidatos a a deputado federal e estadual comprova que
vai muito além da votação da candidata majoritária, que foi ao segundo
turno e ganhou a eleição. O mesmo aconteceu em 2010 quando o então
governador Iberê Ferreira disputou a reeleição e perdeu para a então
senadora Rosalba Ciarlini.
Mas, desta vez, a frustração da não vitória de Henrique Alves no
primeiro turno e a expectativa que se criou em relação ao amplo leque de
alianças podem colocar em xeque o projeto de grandes coligações. Resta
saber como vão se pronunciar lideranças que apoiaram Henrique e não
escolheram o resultado esperado ou produziram o que esperavam.
O deputado Agnelo Alves não disse, mas os comentários nos meios
políticos apontam que, imaginando-se eleito às vésperas da votação em
primeiro turno, a campanha do deputado Henrique Alves suspendeu o
reforço de estrutura prometido aos apoiadores nos municípios. Sem
ajuda, muitos cruzaram os braços e imaginaram que a vitória estaria
assegurada por conta do apoio de inúmeros prefeitos e lideranças. Era
tão grande o número de apoiadores que muitos se deram ao trabalho de não
trabalhar muito, confiando nos outros. Deu no que deu.
O certo é que a derrota de Henrique vai virar um “case” da política potiguar: “Como se perder uma eleição em 120 dias”.
fonte: blog do BG
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